terça-feira, 14 de julho de 2009

Sugus de Morango

Tardes intermináveis que acabam sempre como não desejo que terminem. Tardes intermináveis que desejo que nunca cheguem ao fim! As palavras brincam comigo no ecrã do computador, nos livros, nas bocas… Nunca as palavras que quero ouvir, nunca as palavras que deveria ouvir mesmo não querendo, palavras que não rasgam, nem remoçam, nem esventram, nem atingem.

A memória de ti estes dias comigo, olhar para ti e pensar na tua mulher e olhar para mim e pensar que eu poderia ser a mulher de alguém. A falta em interminável luta com a individualidade… Mas não! Nunca! Nunca pertencer a nada, nunca pertencer a ninguém! Mil vezes repetir se mil vezes forem necessárias: nunca mais voltar a cometer os mesmo erros! Então porquê? Porquê novamente a mesma possessão, o mesmo assombro, perdição, desilusão, raiva, mágoa e angústia, os mesmos erros?

Olhar a esquina por onde desapareceste e nunca mais tornaste. A esquina imaginária dentro da minha cabeça que não se apaga. A esquina onde me prostituo todos os dias acreditando que um dia serás tu quem me procura. O amor da minha vida, o meu marido, o homem da minha vida, a minha metade… Saudades quando ele me chamava “minha metade”, saudades quando ele me chamava “minha deusa”, “minha magnólia”, “mulher da minha vida”, “minha jóia do Nilo”… Saudades do que nunca foi mais que um sonho na minha cabeça, uma ilusão dos meus sentidos, uma bebedeira da minha racionalidade! Porque é que foste? Porque partiste? Porque tiveste de atravessar o Atlântico para eu não te ver? Porque não estás aqui, não me abraças e não me ensinas de novo a beijar? Eu esqueci o que é um beijo, e depois esqueci o que é o amor, e depois esqueci o que era a paixão, e depois esqueci o que era uma relação, até que finalmente esqueci quem eu própria era! E mesmo assim, se todos viessem, era a ti que eu escolhia, era a ti a quem entregaria a tão desejada Camelot, era a ti que faria rei para toda a eternidade! Mas nem eu largo a pedra, nem tu me puxas da pedra, nenhum torna, nenhum permito que torne, nunca, nunca mais!

Que venha toda a ânsia, toda a angústia, toda a felicidade, todos os homens e todas as mulheres.
Não largo esta pedra enquanto não for a tua mão a segurar-me, meu rei!

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