Ao Crepúsculo
Não...
Depois de te amar eu não posso amar mais ninguém.
De que me importa se as ruas estão cheias de homens esbanjando beleza e promessas ao alcance das mãos;
Se tu já não me queres, é funda e sem remédio a minha solidão.
Era tão fácil ser feliz quando estavas comigo.
Quantas vezes sem motivo nenhum, ouvi teu riso, rindo feliz, como um guizo em tua boca.
E a todo momento, mesmo sem te beijar, eu estava te beijando...
Com as mãos, com os olhos, com o pensamento, numa ansiedade louca.
Nosso olhos, ah meu deus, os nossos olhos...
Eram os meus nos teus e os teus nos meus como olhos que dizem adeus.
Não era adeus no entanto, o que estava vivendo nos meus olhos e nos teus,
Era êxtase, ternura, infinito langor.
Era uma estranha, uma esquisita mistura de ternura com ternura, em um mesmo olhar de amor. Ainda ontem, cada instante uma nova espera,
Deslumbramento, alegria exuberante e sem limite.
E de repente... de repente eu me sinto como um velho muro.
Cheio de eras, embora a luz do sol num delírio palpite.
Não, depois de te amar assim,
Como um deus, como um louco, nada me bastará e se tudo tão pouco,
Eu deveria morrer.
Pablo Neruda
Gosto muito deste poema:)
ResponderEliminarAinda bem que o puseste aqui é uma bela homenagem ao amor (se é que de facto existe mm esse sentimento).
BeijOs
Este homem, verdadeiramente, sabia o que era o amor e a dor de o perder. Erga-se aqui já uma estátua ou estenda-se aqui uma toalha e ceêmos à sua sombra.
ResponderEliminarHooo...este poema é para meninas.. :)
ResponderEliminarE vou na hipótese da Ana..estender uma toalha e encher o bandulho, isso é que era...mas eu não fico à sombra de ninguém.
Dorinha, gosto do teu blog...muito...vai metendo mais postas. Isto serve para isso mesmo.
Beijo grande
Parece que vinha a duzentos à hora quando esbarrei neste post... Que soco no peito! Muito bom... mesmo!
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