terça-feira, 16 de março de 2010

Alice...


"Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe;
All mimsy were the borogoves,
And the mome raths outgrabe.

"Beware the Jabberwock, my son
The jaws that bite, the claws that catch!
Beware the Jubjub bird, and shun
The frumious Bandersnatch!"

He took his vorpal sword in hand;
Long time the manxome foe he sought--
So rested he by the Tumtum tree,
And stood awhile in thought.

And, as in uffish thought he stood,
The Jabberwock, with eyes of flame,
Came whiffling through the tulgey wood,
And burbled as it came!

One, two! One, two! And through and through
The vorpal blade went snicker-snack!
He left it dead, and with its head
He went galumphing back.

"And hast thou slain the Jabberwock?
Come to my arms, my beamish boy!
O frabjous day! Callooh! Callay!"
He chortled in his joy.

'Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe;
All mimsy were the borogoves,
And the mome raths outgrabe."

sexta-feira, 12 de março de 2010


Há uma rua pequena e despercebida no Centro Comercial no Colombo.
No outro dia, como por acaso, descobri-a. Tem uma lavandaria, um talho e uma livraria. Ninguém estava nas imediações e ninguém estava dentro das lojas: "Que estranho..." No dia seguinte, assim que acabei de almoçar, levada por uma impulsiva curiosidade, voltei àquele estranha ruazinha. Vi um casal entrar para a livraria e espreitei. Dentro da livraria, um homem de bata branca encaminhou-os para uma estreita porta no fundo da loja. Esperei dez minutos até ver o homem sair da porta, sem o casal, com a bata completamente coberta de sangue, as mãos, a cara: tudo escorria sangue!!! Não queria acreditar no que estava a ver! O que fazer?!
Passei a semana toda a investigar as lojas daquela ruazinha e observei sempre a mesma horrenda situação. Então, do saco da farmácia tirei um pacote de lenços que tinha comprado juntamente com o Ilvico, uns lenços cor-de-rosa às florzinhas, os únicos que entre a escolha considerei capazes de serem assoáveis, e coloquei-o junto à montra de forma a marcar as lojas "devoradoras de pessoas".
Pessoas desapareciam por detrás de uma portinha, um homem de bata branca ensanguentado nas suas vítimas era o único a voltar. Estava eu a confirmar mais uma vez as minhas conclusões quando, de repente, me lembrei: "Tenho de ir buscar a Maria João!"
Rapidamente desci a escadas rolantes e apanhei o metro até S. Sebastião. A Maria Joaão já lá estava o que me pareceu óptimo: "Assim ainda tenho tempo de passar por lá..." Chegámos ao Colombo e cega pela minha descoberta levei a Maria João para o meio daquele espectáculo de horrores. Espreitei pela montra do talho e ninguém estava no seu posto. Entrámos com o maior dos silêncios humanamente possíveis. Abri a portinha minúscula: ninguém! Entrámos, acendi a luz que iluminou peças desconjuntadas de corpo humano por todo o lado. As galochas da Maria João chapinhavam em sangue humano. O nojo foi tanto que vomitei a um canto... A Maria João parecia não ver o mesmo que eu, ou então não o sentir da mesma forma que eu. Olhava para tudo aquilo apenas como quem observa algo com o mínimo interesse para ser observado.
Estavam a matar pessoas e a cortá-las aos pedaços, estavam a vender pessoas aos pedaços! Quem seria capaz de uma atrocidade daquelas?!
Ouvimos um barulho e saímos a correr da sala, corri com a Maria João pela mão sem parar e sem olhar para trás! Quando finalmente tive de parar para recuperar o fôlego, olhei para trás e respirei de alívio: ninguém tinha vindo atrás de nós. Voltei a mandar um pulo com as horas: estava na hora de a Maria João voltar para a escola. Apanhámos de novo o metro.
Quando ia pelo caminho em direcção à escola, avistei um homem de meia idade, muito alto e muito musculado e ao lado dele saltitava um caniche. Achei a situação estranha, mas ia tão embebida ainda nas revisões do horror que tinha testemunhado que nem percebi que ele passeava o cão com uma trela invisível. Quando passei por ele, fui apanhada pela trela, ele enlaçou-me, veio por trás de mim e começou a beijar-me o pescoço e a meter-me as mãos pela saia acima... Senti-me entrar em desespero! Tinha sido apanhada e estava cmpletamente imobilizada.
Mas, então, dos muros da escola da Maria João, vejo os Anjos, vestidos de preto, saltarem o muro e salvarem-me...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Inexpugnavelmente Meu


"Em linhas gerais, a obsessão caracteriza-se por pensamentos intrusivos, repetitivos e persistentes que provocam inquietação e mal estar."

Ando preocupada; terei eu desenvolvido uma obsessão por ti?

Porque não há um dia que não me lembre de ti e raras são as noites em que não me torturas em sonhos. No entanto, quer de noite, quer de dia, não consigo chegar a ti. Olho para ti e não te alcanço, procuro, procuro e não te encontro.
Partiste da minha vida! Viraste as costas e foste. Porque as coisas são assim, porque as coisas são como decides que elas sejam e não permites que sejam de outra forma. Porque esperas tornar-te um deus sem arrependimentos e sem amarguras, um deus solitário adorado e inatingível. Porque esperas vencer-te a ti mesmo e, desse modo, venceres todos os outros. Porque esperas conseguir fazer o contrário daquilo que berra dentro de ti!

Pensamentos intrusivos, repetitivos e persistentes que me causam angústia e agonia... Pensamentos inevitáveis que me enojam e me dilaceram. Porque "life is too short" ou "everything happens for a reason" são clichès que abomino e desprezo! Cheiram a tripas de peixe podre as bocas de quem consegue pronunciar irresponsabilidades descebradas como estas! Coitados...

Ah! Que o dia acabe! Que termine rápido e que o sono me traga um lenitivo o aperitivo da morte! Que o dia termine e que mais nada exista no meu mundo do que os teus braços à minha volta. Que o teu abraço me proteja de todos os demónios que me assaltam impiedosamente...

Que sejas delirante, vibrante, excitante e inexpugnavelmente MEU!