quinta-feira, 15 de julho de 2010

Melodramatismo

Gostava de desaparecer... Aniquilar a minha existência maldita e calar, de uma vez por todas, esta falsa voz repugnante que me murmura na nuca: “És uma merda, és uma merda, és uma merda...”
Se eu desaparecesse, levaria comigo todo o mal do mundo, todo o horror que dissemino, toda a dor que te causo. Se eu desaparecesse, deixariam de existir todos os problemas que te atormentam, ficarias livre para o resto da tua vida da existência miserável para a qual te arrasto...
Um raio que me caísse em cima, uma dor no peito que me fechasse os olhos, uma pancada na cabeça que calasse todas estas vozes...
Gostava de desaparecer, nunca mais ver os que amo, nunca mais sentir posado em mim o olhar de seda dos que me amam. Renunciar a todo o bem possível e imaginário de alcançar nesta vida e, assim, definitivamente, renunciar a todo o mal!
Loucura, febre, vómitos, insónia e mal estar... Uma ânsia que tem tanto de desejo como de medo. O descontrolo de todas as emoções a perda de todas as faculdades... e sempre, sempre esta maldita voz!
Ou então, deixar de ser eu. Encontrar normalidade, equilíbrio na minha vida. Parar de vos perder e de me perder a mim! Deixar de ser eu, sem perder a minha consciência... Paradoxo!
Mas quem, meu Senhor, quem na sua infinita bondade e paciência pode suportar amamentar com benignidade quem lhe trinca os seios?!
Quem, no auge da sua essência, poderá alguma vez recolher-me, aceitar-me e ainda amar-me?

1 comentário:

  1. eu sua tonta....falta-te um diamante brilhante na tua vida outra vez?????? ou foi só desabafo?
    beijo da que sempre fica (embora por vezes esteja ausente tb) Pat

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